sábado, 19 de agosto de 2017

“Memorias da ditadura” Lula foi alcaguete e informante da ditadura militar, denuncia Tuma Júnior.

É uma ironia que a decisão do ministro Teori Zavascki sobre a oitiva de Lula na Operação Lava Jato tenha sido a de nominá-lo como "informante" e não como "testemunha", como desejava o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, ambos ignorando o pedido da Polícia Federal, que queria ouvir o ex-presidente como "investigado" e buscando, na verdade, blindar Lula.

É que Lula foi informante de verdade durante a ditadura militar, prestando serviços como alcaguete do Dops, conforme conta em detalhes o delegado Romeu Juma Júnior no seu livro "Assassinato de Reputações". Lula nunca processou Tuma Júnior, engoliu tudo em seco, porque sabia que o delegado possuía e possui provas abundantes sobre suas denúncias.

- Escreve Romeu Tuma Júnior na página 66 do seu livro "Assassinato de Reputação":

- "Eu vivi essa história com o meu "velho" (o chefão do Dops de SP na ditadura, Romeu Tuma). Sou protagonista; eu era policial (investigador do Dops) não esqueçam".

O editor comprou um exemplar, leu, e resumiu em notas o que considerou mais relevante.

Em 20 páginas (51 a 70) de enorme consistência, o delegado Romeu Tuma Júnior desconstrói por completo a imagem que Lula e o PT forjaram ao longo da sua exitosa carreira de sindicalista e líder político, reduzindo-o a um reles dedo duro da ditadura militar - um traidor da causa operária e dos oposicionistas que acreditaram na sinceridade do que ele proclama até hoje nas assembleias, nas convenções e no governo.

O título do capítulo em que conta a deduragem diz tudo: “Lula: Alcaguete e aprendiz do Dops".

O que escreve Tuma Júnior, relatando a ordem de Lula para que seu ministro Tarso Genro deveria mantê-lo secretário nacional da Justiça, como reconhecimento das "relações íntimas" que o presidente sustentava com Tumão, o pai de Tuma Júnior, quando este comandava o Dops de São Paulo, justamente o órgão estadual da repressão, enlace direto com os militares e sobretudo com o general Golbery do Couto e Silva, o ente político de Geisel e da tese da abertura "lenta, gradual e segura":

- Na ditadura, Lula foi um dos mais importantes informantes do Dops capitaneados pelo meu pai.

. Lula era o que no jargão policial chama-se "ganso (nos sindicatos, a função chama-se Judas ou Judas) e seu nome de guerra era "Barba". Ele foi recrutado por Tumão, antes mesmo de ser preso em 1980. Na prisão, Lula costumava dormir na poltrona da sala de Tumão no Dops. Pouco ia para o xadrez onde estavam seus companheiros, alegando que era "ouvido" a toda hora pelos policiais e militares, o que não deixava de ser verdade.

. A função era muito perigosa:

- Se soubessem que era informante pessoal do meu pai, Lula estaria morto há muito tempo.

. Mais adiante, Tuma Júnior escreve (página 53)

- Lula era o nosso melhor informante, por isso eu estava na missão de acompanhá-lo em sua prisão. Lula nos prestava informações muito valiosas sobre as datas e locais de reuniões sindicais, quando haveria greve, onde o patrimônio das multinacionais poderia estar em risco por conta dessas paralisações. Queríamos informações especiais sobre o líder dos bancários. Luiz Gushikin,um jovem trotskista da facção Libelu.

. Sobre Gushikin, que depois seria seu ministro da Propaganda, mais tarde defenestrado em meio a denúncias, eis o que Lula pensava dele:

- Gushikin é o mais arredio, um louco incontrolável.

. Tuma Júnior conta no livro que Lula entregava tudo de Gushikin.

. A colaboração com a polícia da ditadura militar incluía acertos com as multinacionais do setor automotivo:

- Lula combinava as greves com empresários e avisava o Dops. Muitas das greves que ele armava com os empresários eram para aumentar o valor de venda dos veículos.

. Não foi por acaso que Miguel Jorge, um dos ex-presidentes de montadoras do ABC, virou ministro de Estado, sob Lula.

. Tuma Júnior concede datas, locais, testemunhas, situações - em grande profusão.


Muito do que ele escreve, é contado de maneira bem mais encoberta nos livros "Jogo Duro", do banqueiro e ex-presidente da Anfavea, Mário Garnero, e "O que eu sei de Lula", de José Nêumanne Pinto.


Fonte: blog do jornalista Políbio Braga às