segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Sete suspeitos de ritual satânico no RS têm prisão preventiva decretada

 Sete suspeitos de ritual satânico no RS têm prisão preventiva decretada


Sete suspeitos de participação em um ritual satânico que terminou com a morte de duas crianças em Novo Hamburgo, conforme aponta a Polícia Civil, estão com prisão preventiva decretada. Quatro já estão presos, incluindo o líder de um templo, e outros três são considerados foragidos. A investigação começou após duas crianças terem sido encontradas mortas em um bairro da cidade do Vale do Sinos, em setembro do ano passado.

Um dos foragidos é argentino. De acordo com o delegado Moacir Fermino, ele tem amigos no Rio Grande do Sul e teria raptado as crianças - que seriam irmãs - no país vizinho em troca de um caminhão roubado.

"Bancos de dados argentinos estão sendo checados para ver se os DNAs das crianças são encontrados. Ofícios já foram enviados a autoridades do país vizinho. Também será verificado se o argentino tem parentesco com os irmãos", completa o delegado.

"Devem ter outras [vítimas de ritual satânico]. Estamos investigando. Isso rende muito dinheiro para eles", acrescenta Fermino. O delegado já havia informado que o ritual custou R$ 25 mil, e foi encomendado por sócios que queriam "prosperidade no desenvolvimento em negócios imobiliários e na compra e venda de carros."

Os presos:

Silvio Fernandes Rodrigues, bruxo que fez o ritual;

Jair da Silva, sócio que encomendou o ritual;

Andrei Jorge da Silva, um dos filhos de Jair;

Márcio Miranda Brustolin, o sétimo integrante do ritual. Conforme o delegado, são necessárias sete pessoas.

Os foragidos:

Jorge Adrian Alves, argentino que fez a troca do caminhão roubado pelas crianças no país vizinho;

Anderson da Silva, outro filho do sócio que encomendou o ritual;

Paulo Ademir Norbert da Silva, outro sócio do ramo imobiliário.

"O bruxo e os outros presos dizem que não se conhecem, mas temos provas contundentes tanto no papel quanto de testemunhas, de que se conheciam, e também do ritual, com todos ajoelhados. O bruxo falava uma língua estranha, nós acreditamos que seja aramaico", diz o delegado.


Fermino cogita a inclusão de uma das testemunhas do caso na lista de pessoas protegidas, em razão de ameaças que passou a sofrer. "Está correndo risco de vida", afirma.

Sobre o ritual

Conforme a investigação, o ritual para conseguir a prosperidade no ramo imobiliário, encomendado pelos sócios, envolve sacrifício. "Tudo leva a crer que no templo foi comida carne e tomado sangue", conta Fermino.

Quando a polícia fez a operação, incluindo a ida ao templo, que fica em uma cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, foi encontrada uma capa e uma máscara que eram usados nos rituais. O material estava dentro de um cofre. As apreensões e primeiras prisões ocorreram no fim de dezembro.

No menino, ainda conforme o delegado, "há comprovação de dosagem altíssima de álcool". A menina tinha marcas de perfuração de faca.

O delegado informou que foi feito um ofício à Polícia Federal para solicitar auxílio na identificação das crianças desaparecidas na Argentina. "Para identificar as partes dos corpos encontradas", diz Fermino.

Depois dos corpos esquartejados terem sido encontrados, em 4 de setembro, outros membros foram localizados pela polícia no dia 18.


"O deus deles, ou demônio Moloch, é especializado em sacrifício de crianças. Ele está com uma criança na mão", descreve o delegado.

Fonte :Moises Pacheco