Sete
suspeitos de participação em um ritual satânico que terminou com a morte de
duas crianças em Novo Hamburgo, conforme aponta a Polícia Civil, estão com prisão
preventiva decretada. Quatro já estão presos, incluindo o líder de um templo, e
outros três são considerados foragidos. A investigação começou após duas
crianças terem sido encontradas mortas em um bairro da cidade do Vale do Sinos,
em setembro do ano passado.
Um
dos foragidos é argentino. De acordo com o delegado Moacir Fermino, ele tem
amigos no Rio Grande do Sul e teria raptado as crianças - que seriam irmãs - no
país vizinho em troca de um caminhão roubado.
"Bancos
de dados argentinos estão sendo checados para ver se os DNAs das crianças são
encontrados. Ofícios já foram enviados a autoridades do país vizinho. Também
será verificado se o argentino tem parentesco com os irmãos", completa o
delegado.
"Devem
ter outras [vítimas de ritual satânico]. Estamos investigando. Isso rende muito
dinheiro para eles", acrescenta Fermino. O delegado já havia informado que
o ritual custou R$ 25 mil, e foi encomendado por sócios que queriam
"prosperidade no desenvolvimento em negócios imobiliários e na compra e venda
de carros."
Os
presos:
Silvio
Fernandes Rodrigues, bruxo que fez o ritual;
Jair
da Silva, sócio que encomendou o ritual;
Andrei
Jorge da Silva, um dos filhos de Jair;
Márcio
Miranda Brustolin, o sétimo integrante do ritual. Conforme o delegado, são
necessárias sete pessoas.
Os
foragidos:
Jorge
Adrian Alves, argentino que fez a troca do caminhão roubado pelas crianças no
país vizinho;
Anderson
da Silva, outro filho do sócio que encomendou o ritual;
Paulo
Ademir Norbert da Silva, outro sócio do ramo imobiliário.
"O
bruxo e os outros presos dizem que não se conhecem, mas temos provas
contundentes tanto no papel quanto de testemunhas, de que se conheciam, e
também do ritual, com todos ajoelhados. O bruxo falava uma língua estranha, nós
acreditamos que seja aramaico", diz o delegado.
Fermino
cogita a inclusão de uma das testemunhas do caso na lista de pessoas
protegidas, em razão de ameaças que passou a sofrer. "Está correndo risco
de vida", afirma.
Sobre
o ritual
Conforme
a investigação, o ritual para conseguir a prosperidade no ramo imobiliário,
encomendado pelos sócios, envolve sacrifício. "Tudo leva a crer que no
templo foi comida carne e tomado sangue", conta Fermino.
Quando
a polícia fez a operação, incluindo a ida ao templo, que fica em uma cidade da
Região Metropolitana de Porto Alegre, foi encontrada uma capa e uma máscara que
eram usados nos rituais. O material estava dentro de um cofre. As apreensões e
primeiras prisões ocorreram no fim de dezembro.
No
menino, ainda conforme o delegado, "há comprovação de dosagem altíssima de
álcool". A menina tinha marcas de perfuração de faca.
O
delegado informou que foi feito um ofício à Polícia Federal para solicitar
auxílio na identificação das crianças desaparecidas na Argentina. "Para
identificar as partes dos corpos encontradas", diz Fermino.
Depois
dos corpos esquartejados terem sido encontrados, em 4 de setembro, outros
membros foram localizados pela polícia no dia 18.
"O
deus deles, ou demônio Moloch, é especializado em sacrifício de crianças. Ele
está com uma criança na mão", descreve o delegado.
Fonte :Moises
Pacheco