quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Economia deve ganhar com reeleição de Obama



Especialistas avaliam que a reeleição de Barack Obama é um bom sinal para a economia mundial, inclusive para o Brasil. Nos próximos quatro anos, a tendência é que a política externa em relação à América Latina não mude


A reeleição de Barack Obama pode ser um bom sinal para a economia mundial, afirmam especialistas. Após anos críticos de uma recessão considerada das piores da história norte-americana, o desemprego caiu - embora ainda continue em incríveis 7,9% -, o PIB tem se recuperado a passos lentos e pesquisas apontam uma retomada da confiança do consumidor.

Com grandes vínculos comerciais, uma eventual recuperação americana significa também um alívio econômico para as demais nações do mundo, incluindo o Brasil. Mas, para isso, o democrata tem uma batalha a travar no Congresso. A Câmara dos Representantes está tomada por republicanos, seus maiores adversários políticos. Apenas no Senado, o partido de Obama tem, por enquanto, a maioria das cadeiras.
Nos últimos anos, republicanos impediram ações obamistas numa tentativa deliberada de culpá-lo por fracassos, avalia a professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Rebecca Abers. Nesse contexto difícil, que pouco se alterou, ele terá de enfrentar um déficit nas contas públicas de US$ 1,1 trilhão, o que ameaçaria a consolidação de políticas públicas de seguridade social, como o Medicare. De acordo com Abers, os democratas, entretanto, têm fraquejado em se sobrepor ao receituário republicano de contenção de gastos, política que ela considera “desastrosa”.
Política externa
A tendência é que Washington não mude o direcionamento de sua política externa em relação à América Latina, região que não parece tirar o sono ianque. A persistente crise na Síria e o programa nuclear iraniano ocupam mais o tempo dos líderes americanos. E isso se deve especialmente, porque os latinos têm conseguido superar dificuldades políticas e econômicas, como diz o professor de Direito e coordenador do Núcleo de Estudos Internacionais da Universidade de Fortaleza (Unifor), Walber Muniz.

Os países desta área do globo estariam, segundo ele, mais aptos até mesmo a contribuir com os Estados Unidos. A imagem dos brasileiros por lá também teria se alterado. Para melhor, segundo Abers. Os turistas tupiniquins são vistos como grandes compradores, que têm poder de injetar milhões numa economia arquejante.
O pesquisador analisa ainda que o perfil contemporizador de Obama pode garantir menos respostas bélicas às questões que envolvem países do chamado “eixo do mal”, como Irã, por exemplo. O maior rival financeiro na geopolítica global, a China deve continuar sendo mantida por perto. Enquanto republicanos ainda ensaiaram uma relação tensa com o país de Hu Jintao, Obama deve tentar permanecer parceiro comercial importante.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
São vários os desafios a que Barack Obama terá de enfrentar em seu novo mandato na Casa Branca, em Washington: entre eles, déficit de US$ 1,1 trilhão nas contas públicas e a consolidação de benefícios sociais.