Especialistas
avaliam que a reeleição de Barack Obama é um bom sinal para a economia mundial,
inclusive para o Brasil. Nos próximos quatro anos, a tendência é que a política
externa em relação à América Latina não mude
A
reeleição de Barack Obama pode ser um bom sinal para a economia mundial,
afirmam especialistas. Após anos críticos de uma recessão considerada das
piores da história norte-americana, o desemprego caiu - embora ainda continue
em incríveis 7,9% -, o PIB tem se recuperado a passos lentos e pesquisas
apontam uma retomada da confiança do consumidor.
Com
grandes vínculos comerciais, uma eventual recuperação americana significa
também um alívio econômico para as demais nações do mundo, incluindo o Brasil.
Mas, para isso, o democrata tem uma batalha a travar no Congresso. A Câmara dos
Representantes está tomada por republicanos, seus maiores adversários
políticos. Apenas no Senado, o partido de Obama tem, por enquanto, a maioria
das cadeiras.
Nos últimos anos, republicanos
impediram ações obamistas numa tentativa deliberada de culpá-lo por fracassos,
avalia a professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de
Brasília (UnB), Rebecca Abers. Nesse contexto difícil, que pouco se alterou,
ele terá de enfrentar um déficit nas contas públicas de US$ 1,1 trilhão, o que
ameaçaria a consolidação de políticas públicas de seguridade social, como o
Medicare. De acordo com Abers, os democratas, entretanto, têm fraquejado em se
sobrepor ao receituário republicano de contenção de gastos, política que ela
considera “desastrosa”.
Política
externa
A
tendência é que Washington não mude o direcionamento de sua política externa em
relação à América Latina, região que não parece tirar o sono ianque. A
persistente crise na Síria e o programa nuclear iraniano ocupam mais o tempo
dos líderes americanos. E isso se deve especialmente, porque os latinos têm
conseguido superar dificuldades políticas e econômicas, como diz o professor de
Direito e coordenador do Núcleo de Estudos Internacionais da Universidade de
Fortaleza (Unifor), Walber Muniz.
Os países desta área do globo
estariam, segundo ele, mais aptos até mesmo a contribuir com os Estados Unidos.
A imagem dos brasileiros por lá também teria se alterado. Para melhor, segundo
Abers. Os turistas tupiniquins são vistos como grandes compradores, que têm
poder de injetar milhões numa economia arquejante.
O pesquisador analisa ainda que o
perfil contemporizador de Obama pode garantir menos respostas bélicas às
questões que envolvem países do chamado “eixo do mal”, como Irã, por exemplo. O
maior rival financeiro na geopolítica global, a China deve continuar sendo
mantida por perto. Enquanto republicanos ainda ensaiaram uma relação tensa com
o país de Hu Jintao, Obama deve tentar permanecer parceiro comercial
importante.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
São vários os desafios a que Barack
Obama terá de enfrentar em seu novo mandato na Casa Branca, em Washington:
entre eles, déficit de US$ 1,1 trilhão nas contas públicas e a consolidação de
benefícios sociais.