A Polícia Federal determinou a realização de perícias financeiras na
documentação fiscal e bancárias dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, Fábio Luis e Claúdio Luis, e de seus sócios Fernando
Bittar e Jonas Suassuna - donos oficiais do sítio de Atibaia (SP), que a
Operação Lava Jato afirma ser do petista.
A PF quer saber se "há
compatibilidade na movimentação financeira com os rendimentos declarados
do investigado", se "há compatibilidade na evolução patrimonial com os
rendimentos declarados" ou "evolução patrimonial a descoberto" dos
filhos de Lula.
"Expeça-se memorando ao SETEC a fim de que sejam
realizados exames econômico-financeiros na documentação bancária e
fiscal da pessoa de Fábio Luís Lula da Silva", determina o delegado, em
despacho no inquérito da Lava Jato que apura a compra e as reformas do
Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, que teriam sido realizadas com recursos
do esquema de corrupção da Petrobras. Além da Odebrecht e OAS,
responsáveis pelas reformas, o pecuarista José Carlos Bumlai participou
da reforma do imóvel.
No mesmo despacho, o delegado Márcio Adriano
Anselmo determinou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva e
o filho mais velho do casal Lula, Fábio Luís Lula da Silva, para
prestarem "esclarecimentos" sobre a compra e reformas no Sítio Santa
Bárbara. Bittar e Suassuna também serão interrogados.
Imóvel.
A Lava Jato pediu ainda que o exame nas finanças do filho mais velho de
Lula pede para levantar "registros do pagamento de aluguel do imóvel",
em que mora Fábio Luís, em São Paulo, e também "registros de pagamentos
pelas reformas do imóvel".
O pedido foi feito também para Claudio Luís.
Lula
é investigado em três inquéritos principais na força-tarefa da Lava
Jato em Curitiba: um sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em
Atibaia (SP), sobre compra e reforma do tríplex do Edifício Solaris, no
Guarujá, e sobre recebimentos do Instituto Lula e da empresa LILS
Palestras e Eventos - do ex-presidente.
No Supremo Tribunal
Federal (STF), ele foi denunciado há dez dias por tentativa de obstrução
às investigações da Lava Jato, junto com o ex-senador e ex-líder do
governo Delcídio Amaral. Os dois teriam tentado pagar para que o
ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró não fizesse delação premiada.
A
Lava Jato considera ter elementos para apontar que o sítio e o tríplex,
apesar de estarem registrados em nome de terceiros, eram de Lula -
beneficiário de recursos de propina da Petrobras. Para os delegados e
procuradores, a compra e a reforma dos imóveis envolveram empreiteiras
do cartel que fatiavam obras na Petrobras, mediante pagamentos de
propinas para PT, PMDB e PP.