Após 17 horas de sessão, o Senado
decidiu hoje (10), por 59 votos favoráveis e 21 contrários, tornar a
presidente afastada Dilma Rousseff, ré no processo de impeachment. Na
votação desta madrugada o presidente do Senado, Renan Calheiros, não
votou. Era preciso maioria simples para que o parecer do relator Antonio
Anastasia fosse aprovado.
O resultado sinaliza que o afastamento deve ser definitivo, uma vez
que na fase final são necessários 54 votos entre os 81 senadores.
Presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo
Lewandowski, a sessão teve 47 discursos de senadores e manifestações dos
advogados da acusação, Miguel Reale Júnior, e da defesa, José Eduardo
Cardozo.
Essa foi a segunda derrota de Dilma Rousseff desde a chegada do
processo de impeachment ao Senado. A primeira, em 12 de maio, resultou
na abertura do processo e no afastamento temporário da presidente. Na
ocasião, 55 senadores votaram pela admissibilidade do impeachment e 22,
contra.
A partir de agora, abre-se um prazo de 48 horas para que a acusação
ofereça seu libelo (narração do fato em julgamento e pedido da pena) e
indique até seis testemunhas para serem ouvidas em Plenário. Logo
depois, a defesa terá outras 48 horas para apresentar o seu
contraditório, além de também indicar até seis testemunhas.