Depois de aceitar que Paulo Roberto Costa passou ao menos três anos roubando “enojado” e “enojado” continuava recebendo parcelas de propinas por contratos mesmo depois de ter sido afastado da empresa, agora temos a história mais que capciosa de D. Venina Fonseca, a quem não posso, por desconhecimento, acusar de nada – a Petrobras não abriu os detalhes dos processos interno que correm contra ela, embora ela tenha ido ao Fantástico acusar a presidente da empresa de cúmplice de todos os malfeitos da empresa.
Mas posso, como qualquer jornalista deveria fazer, comparar o que ela disse na televisão com o que é, segundo ela própria, sua carreira na empresa.
Segundo a transcrição da entrevista feita pelo Diário do Centro do Mundo, ela diz que “eu trabalhei junto com Paulo Roberto, isso eu não posso negar. Na diretoria de abastecimento, a partir de 2005″.
Não é verdade, segundo a própria Venina informa em seu currículo no Linkedin.
Lá, consta que ela era – o texto eu cito em inglês, como está escrito – “Manager, Implementation of Integrated Management Systems at Natural Gas Logistics Supervision Centre. De “May 2002 – May 2004 (2 years 1 month)“.
Ora, de 2001 a 2003, Paulo Roberto Costa era responsável pela Gerência Geral de Logística da Unidade de Negócios Gás Natural da Petrobras…
Depois, segundo a própria Venina, em seu Linkedin, foi ser “Assistant Manager to the Downstream Director’s Office” (diretor de abastecimento), em maio de 2004.
Paulo Roberto Costa assumiu a diretoria de abastecimento em… 14 de maio de 2004.
Não seria justo inferir ligações anteriores, mas é a própria Venina quem documenta que não foi “na diretoria de Abastecimento, a partir de 2005″, mas que durante ao menos sete anos era auxiliar de confiança de Paulo Roberto Costa.
Mais adiante, Venina diz:
“A opção que eles fizeram em
2009 foi realmente me mandar para o lugar mais longe possível, isso está
entre aspas, onde eu tivesse o menor contato possível. Com a empresa,
aparentemente eu estaria ganhando um prêmio indo para Cingapura, mas o
que aconteceu foi que realmente quando eu cheguei lá me foi dito que eu
não poderia trabalhar, que eu não poderia ter contato com o negócio, era
para eu procurar um curso”.
De fato, Venina foi para Cingapura, como “Chief Executive Officer, PM Bio Trading Pte Ltd”, uma joint-venture entre a Petrobras, a Mitsui e a empreiteira Camargo Correia, empresa subordinada a… Paulo Roberto Costa, o diretor de Abastecimento, o enojado …
Quando PRC cai, Venina não é perseguida, mas promovida.
Passa a diretora-gerente (“Managing Director, Petrobras Singapore Private Limited”).
E, segundo ela própria, com amplos poderes pois assim ela define suas funções, desde então:
“Responsável por conduzir o
aumento das receitas junto com as margens de lucro e ser responsável por
todos os contratos, a evolução dos negócios, as principais partes
interessadas e clientes. – Reestruturação de toda a unidade, que
resultou em significativa redução de custos e aumentando o lucro líquido
três vezes nos primeiros seis meses de nomeação. – Liderou s Petrobras
Singapore (PSPL) para atingir um lucro líquido recorde de US 59,5
milhões em 2012 de US $ 18 milhões em 2011, e, posteriormente, outro
avanço no lucro líquido, de US $ 184 milhões em 2013″
Nada de ficar “encostada”, portanto. E
muito menos de viver trancada, numa situação de quase “escrava branca”,
algo que justificasse a melodramática declaração ao Fantástico de que ”
me afastar(am) do meu país, das empresas que eu tanto gostava, dos meus
colegas de trabalho. Eu fui para Cingapura, eu não vi minha mãe
adoecendo. Minha mãe ficou cega, transplante de coração, eu não pude
acompanhar minha mãe. Meu marido não pôde mais trabalhar, ele teve que
retornar.”