terça-feira, 2 de dezembro de 2014

COSTA CONFIRMA CORRUPÇÃO; CERVERÓ REAFIRMA QUE NÃO SABIA DE NADA

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Em acareação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades na Petrobrás, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, confirmou todos os depoimentos dados à Justiça, enquanto o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró negou saber de qualquer esquema de propina.

Eu desconhecia qualquer esquema de ilícito nas diretorias da Petrobras, como um todo", afirmou Cerveró ao ser questionado pelo deputado Afonso Florence (PT-BA), que atua como relator na comissão em substituição a Marco Maia (PT-RS), afastado para tratamento de SAÚDE.

Já Costa reafirmou que tudo o que falou na delação premiada ao juiz Sérgio Moro, responsável pela condução da Lava-Jatono âmbito da Justiça Federal no Paraná, está correto. "Não cheguei a declinar nomes, mas confirmo tudo que falei ao juiz Sérgio Moro."

Paulo Roberto Costa denunciou um esquema de propina nas diretorias da estatal para beneficiar partidos políticos com 3% do valor dos contratos com empreiteiras. Cerveró, que comandava uma das diretorias citadas, negou saber e participar de corrupção na Petrobrás.

O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) ressaltou que "os depoimentos estão diametralmente opostos, alguém está mentindo". Já o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) elogiou a postura de Costa. "Sou agradecido ao senhor Paulo Roberto por falar o que falou."

Paulo Roberto Costa diz que esquema de propina não é exclusividade da Petrobrás

Paulo Roberto Costa afirmou que o esquema de propina não é exclusividade da Petrobrás. "O que acontece na Petrobrás acontece no Brasil inteiro, nas rodovias, ferro vias, nos portos e aeroportos", afirmou à CPMI.

Ele disse estar "extremamente arrependido" de ter aceitado a indicação para a diretoria em 2004. "Infelizmente aceitei uma indicação política para a diretoria. Estou extremamente arrependido de ter feito isso." O ex-diretor reforçou que as indicações políticas acontecem desde o governo do ex-presidente José Sarney.

Ele confirmou aos parlamentares que tudo aquilo que ele disse na delação premiada é verdade. "Tudo que eu falei na delação, que eu não posso abrir aqui, eu confirmo. A delação é um instrumento sério e não pode ser usado de artifício, de mentira", disse.

Segundo o ex-diretor, foram 80 depoimentos em mais de duas semanas de delação. Costa ressaltou que, a cada depoimento que deu, apresentou provas para corroborar as informações. "Vários fatos foram apresentados, e os que não foram apresentados eu indiquei quem poderia falar sobre os fatos."

Paulo Roberto Costa denunciou um esquema de propina nas diretorias da estatal para beneficiar partidos políticos com 3% do valor dos contratos com empreiteiras. Cerveró, que comandava uma das diretorias citadas, negou saber e participar de corrupção na Petrobrás.

Família

Segundo Costa, a decisão de aceitar a delação foi feita depois de pedidos de sua família. "Paulo, por que só você? E os outros? Você vai pagar sozinho por uma porção de coisas que estão erradas? Fiz a delação por respeito e amor à minha família."

O ex-diretor de Abastecimento participa de acareação com o ex-diretor da Área Internacional da estatal Nestor Cerveró. "Desconheço qualquer esquema de corrupção. Ratifico que não recebi propina", disse novamente Cerveró. Ele afirmou que não falará sobre o depoimento de Costa, pois desconhece as falas.

Perguntas


Costa declarou que não responderá perguntas dos parlamentares. "Não vou responder nenhuma pergunta, devido ao processo por que estou passando", afirmou. Segundo ele, todas as dúvidas sobre a delação foram esclarecidas ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao juiz de Curitiba.

Com a informação: Agência Senado