SÃO PAULO -
O Conselho Político da presidência do PT se reuniu na manhã desta segunda-feira
no Hotel Grand Mercure Ibirapuera, na
zona Sul de São Paulo, para discutir a linha de defesa para as acusações contra
a principal liderança do partido, o ex-presidente Lula, que vem sendo alvo de
investigações relacionadas a imóveis e empresas de seus filhos. Ao final do
encontro, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou as denúncias
contra o ex-presidente como “infundadas” e “ilações sem fundamento”.
— O sítio tem escritura, nome de proprietário, e o proprietário faculta a visita a este sítio a quem ele quiser. Principalmente ao ex-presidente Lula, com que um dos proprietários praticamente foi criado, desde sua infância — disse Rui Falcão, mencionando o empresário Fernando Bittar, um dos donos do sítio, de acordo com o registro do cartório de imóveis de Atibaia.
— O sítio tem escritura, nome de proprietário, e o proprietário faculta a visita a este sítio a quem ele quiser. Principalmente ao ex-presidente Lula, com que um dos proprietários praticamente foi criado, desde sua infância — disse Rui Falcão, mencionando o empresário Fernando Bittar, um dos donos do sítio, de acordo com o registro do cartório de imóveis de Atibaia.
Lula
participou do encontro desta segunda-feira, ao lado dos governadores Camilo
Santana (CE), Wellington Dias (PI), Tião Viana (AC), do prefeito de São Paulo
Fernando Haddad (PT) e de intelectuais e escritores ligados ao partido, como
Emir Sader, Fernando Morais e Eric Nepomuceno. Estiveram presentes, ainda,
sindicalistas e economistas colaboradores do PT. Integrantes do conselho, os
governadores Fernando Pimentel (MG) e Rui Costa (BA) não foram ao encontro.
A Polícia Federal e o Ministério
Público investigam se Lula seria o real beneficiário de melhorias realizadas no
sítio pelas construtoras OAS e Odebrecht, ambas investigadas no âmbito da
Operação Lava-Jato. Documentos da Presidência da República apontam que Lula
visitou o lugar 111 vezes entre janeiro de 2012 e o início deste ano. O
endereço também teria recebido parte da mudança do ex-presidente quando ele
deixou o Planalto, no início de 2011.
Segundo Rui Falcão, atribuir o sítio a
Lula é uma “inversão de valores e uma inversão dos fatos”.
— As pessoas têm que provar que são
inocentes. No caso, embora a escritura esteja registrada em cartório em nome de
outra pessoa, o presidente Lula é que tem que provar que não é dele
— disse o
presidente do PT.
Perguntado se os indícios levantados
até agora pela imprensa seriam indicativos de problemas na relação de Lula com
o imóvel, Falcão respondeu:
— São ilações sem fundamento,
direcionada contra uma pessoa, contra todas as evidências.
No início da entrevista coletiva,
Falcão disse que o debate sobre a defesa de Lula não teria sido pauta da
reunião, que participou do encontro.
— Isso não ocorreu isso não estava na
pauta, isso não foi mencionado. Quem antecipou essa informação antecipou por
conta e risco.
A
fala contradiz o que escreveu o presidente do partido em texto divulgado pela
manhã desta segunda-feira, no site do partido e em seu perfil de uma rede
social: “As ameaças crescentes ao Estado Democrático de Direito, a ofensiva
reacionária para criminalizar o PT e a escalada de ataques contra o
ex-presidente Lula são temas prioritários na reunião do Conselho Político da
Presidência do PT”, dizia o texto escrito por Falcão.
No sábado, a presidente Dilma Rousseff defendeu Lula e afirmou que o ex-presidente
está sendo “objeto de uma grande injustiça”. Foi a primeira vez que Dilma se
pronunciou sobre as denúncias contra seu antecessor.