O Ministério Público Federal ( MPF) denunciou nesta quinta-feira (28) o empresário Marcelo Bahia Odebrecht, o marqueteiro João Santana e mais 15 pessoas por crimes como corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro por irregularidades descobertas na Lava Jato. São duas denúncias, que surgiram a partir das 23ª e 26ª fases da operação.
Esta
é a terceira denúncia envolvendo Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira
Odebrecht. João Santana, como consta nas duas novas denúncias, pode responder a
dois processos. A decisão cabe ao juiz federal Sérgio Moro. Caso as denúncias
sejam aceitas, todos passam a ser réus.
A
23ª fase, batizada de Acarajé, investigou pagamentos feitos ao marqueteiro de
campanhas do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, e a 26ª apurou a
suspeita de que empresa Odebrecht possuía um departamento responsável por fazer
pagamentos de vantagens indevidas a servidores públicos.
De
acordo com a força-tarefa da Lava Jato, nas investigações da 23ª fase, João
Santana e a mulher dele, Mônica Moura, aparecem como suspeitos de receber
dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras e do engenheiro Zwi Skornicki,
apontado como um dos operadores do esquema na estatal.
Para
a Polícia Federal (PF), há indícios de que Santana teria recebido US$ 3 milhões
de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do
engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. Zwi é representante no Brasil do
estaleiro Keppel Fels e, segundo o MPF, foi citado por delatores do esquema
como elo de pagamentos de propina.
Veja os denunciados:
(1º) Zwi Skornicki - operador: organização
criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro.
(2º) João Santana - marqueteiro: corrupção
passiva, lavagem de dinheiro.
(3º) Mônica Moura - mulher de Santana:
corrupção passiva, lavagem de dinheiro.
(4º) João Ferraz - ex-diretor da Sete
Brasil: organização criminosa, corrupção passiva.
(5º) Pedro Barusco - ex-gerente da
Petrobras: corrupção passiva, lavagem de dinheiro.
(6º) Renato Duque - ex-diretor da
Petrobras: corrupção passiva.
(7º) João Vaccari Neto - ex-tesoureiro do
PT: corrupção passiva, lavagem de dinheiro.
(8º) Eduardo Musa - ex-gerente da
Petrobras: organização criminosa, corrupção passiva.
O
dinheiro, conforme a denúncia teve origem em contratos celebrados com a
Petrobras para a realização das plataformas P-5-52, 1, PP-56 e P-58. Segundo a
denúncia, houve pagamento de propina para Renato Duque e Pedro Barusco nesses
contratos.
O MPF pede que os suspeitos percam bens, no total de R$
111,9 milhões, adquiridos com dinheiro ilícito. Os procuradores solicitaram
também R$ 683,8 milhões, correspondentes a 0,9% do valor total dos seis
contratos firmados com a Petrobras relativos ao fornecimento de sondas pelo
estaleiro Brasfels, por intermédio da Sete Brasil, nos quais houve pagamento de
propina a Renato Duque.
Fonte: G1