O fim de semana prolongado
pelo feriado de Corpus Christi foi marcado por uma onda de fugas no Sistema
Penitenciário, em delegacias de Polícia e nos Centros Educacionais destinados a
adolescentes infratores. No balanço geral, mais de uma centena de presos conseguiu
escapar dessas unidades. Além disso, vários túneis foram descobertos e um
presidiário foi assassinado.
A primeira fuga ocorreu na
madrugada de sábado último na carceragem da delegacia do 20º DP (Acaracuzinho),
em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), onde 11 detentos
escaparam dali depois de abrir as grades das celas e render o único policial
civil que estava de plantão fazendo a guarda do prédio.
Em dois centros educacionais
de Fortaleza houve fuga de adolescentes infratores. Pelo menos, 64 escaparam na
noite de sábado no Centro Educacional Passaré. Não houve confronto com os
educadores. A fuga em massa foi confirmada pela Secretaria do Trabalho e
Desenvolvimento Social (STDS). No domingo, outros 10 também se evadiram no
Centro Educacional Patativa do Assaré.
Já no Presídio do Carrapicho,
em Caucaia, outros presos conseguiram escapar através de um túnel que só foi
descoberto na manhã de domingo. O número exato de foragidos não foi divulgado
pelas autoridades.
Túneis e mortes
A situação ficou tensa na
Penitenciária, Hélio Viana, em Pacatuba, unidade que abriga os presos
considerados mais perigosos do Estado. Um dos internos foi assassinado na noite
de domingo e seu corpo encontrado por volta das 22 horas na “Rua” H de uma das
vivências. Tratava-se de um presidiário identificado como Jolinson, vulgo
“Truta”.
Também ali foram encontrados
dois túneis durante a noite do domingo e a direção não sabe, ainda, se
ocorreram fugas. A Penitenciária de Pacatuba era, até então, a única unidade
prisional da Grande Fortaleza que não havia registrado fugas e mortes desde o
início das rebeliões simultâneas.
Contudo, mesmo não havendo depredações nas celas, todos os detentos
estão soltos na unidade, já que a Sejus teria permitido que não houvesse
tranca.
Por FERNANDO RIBEIRO