quinta-feira, 26 de maio de 2016

Vídeo gravado no presídio mostra barbárie: preso é queimado vivo diante de plateia enfurecida

 


As cenas são de barbárie. Presos foram queimados vivos, amarrados e envoltos em colchonetes; outros decapitados e suas cabeças colocadas sobre o peito. Alguns foram espancados até a morte, além daqueles que receberam dezenas de furadas de “cossoco”e golpes de faca. Tiveram também aquele cujas cabeças foram  impiedosamente esmagadas a pedradas e pauladas, não restando nada delas.

A descrição dessas cenas de horror pode ser feita por qualquer pessoa que teve acesso, através das redes sociais e aplicativos em celulares, às imagens gravadas dentro dos presídios da Região Metropolitana de Fortaleza durante a mega-rebelião que atingiu seis unidades carcerárias: as CPPLs 1,2,3 e 4 (todos em Itaitinga), a Penitenciária Feminina (em Aquiraz) e o Presídio do Carrapicho (Caucaia),  no último fim de semana.

Em apenas dois dias, o número de presos assassinados no Ceará em 2016  quase se igualou ao quantitativo do registrado desde o começo do ano até a data da explosão das rebeliões. Entre os dias 1º de janeiro e 20 de maio, 22 detentos foram assassinados nas unidades do Sistema Penitenciário. E, somente entre 21 e 23 (sábado e domingo) últimos, foram 18.  Esse número pode, no entanto, crescer até que o Estado volte a ter o controle das cadeias.

Facções comandam

Desde o ano passado, as principais (e mais lotadas) unidades do sistema já estava nas mãos dos detentos. O Presídio do Carrapicho, em Caucaia, é um exemplo disso. Há meses que os internos tomaram de conta da cadeia, após destruírem grades das celas e galerias. Desde então, os agentes penitenciários não entram mais na carceragem, nem mesmo para fazer a “tranca” no período da noite. Livres dentro das unidades, os internos mandam e desmandam.

O quadro de lotação é devastador. Cadeias com capacidade para abrigar no máximo 950 detentos (como é o caso das CPPLs, que têm estruturas padronizadas) hoje estão com até 1.900 presidiários, e apenas sete agentes para manter a segurança e a disciplina.

Conforme entendimento da Comissão de Direito Penitenciário da OAB-CE, do Conselho Estadual de Políticas do Sistema e do próprio Ministério Público Estadual (MPE), a  greve dos agentes penitenciários apenas trouxe à tona para a sociedade o estado de descalabro e descontrole que se abateu sobre o sistema carcerário cearense desde o ano passado, quando as facções criminosas chegaram ali e passaram a impor suas regras, além de comandar os atentados na Capital.

A cena de um preso sendo queimado vivo diante de uma plateia de detentos revelou para o sentimento de desprezo pela vida humana dentro do sistema e seu total abandono por parte do governo estadual que, agora, tenta transferira a responsabilidade para os agentes.

Por FERNANDO RIBEIRO

Veja vídeo de preso sendo queimado vivo:


ATENÇÃO, ATENÇÃO!!! CENAS FORTÍSSIMAS!!!