
Bateu o desespero no
ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Seus doze depoimentos de delação
não foram suficientes para que o ministro Teori Zawascki mandasse prender o
presidente do Senado, Renan Calheiros, o ex-presidente da República, José
Sarney e o senador Romero Jucá.
Soltos, Sérgio Machado espalha
temer por sua vida. Na verdade, ele espalhou lama para todos os lados. Seu
filho, Expedito Neto, Did, que teve de dar oito depoimentos de delação ao
Ministério Público Federal, enfrenta problemas familiares.
Já o seu outro filho, Sérgio
Firmeza, um brilhante executivo do Credit Suisse, perdeu o emprego e enfrenta
problemas para encontrar lugar para trabalhar, seja no Brasil ou no exterior.
Não bastassem essas
dificuldades, hoje (15) o jornal Folha de São Paulo e a coluna Expresso, da
Época, voltaram a dar novos detalhes das delações de Sérgio que revelam sua
busca desenfreada em atingir a tudo e a todos.
Denunciou o presidente
interino Michel Temer de ter negociado uma propina de R$ 1.5 milhão para a
campanha de Gabriel Chalita em São Paulo e de ter reassumido a presidência
nacional do PMDB, ainda neste ano, para comandar a distribuição de uma doação
da JBS no valor de R$ 40 milhões. Nos dois casos é vago nas acusações.
A assessoria de Temer disse
que Sérgio Machado não apresenta provas de suas acusações. O dinheiro da JBS,
segundo Sérgio, seria na condicional uma doação onde ele não participou em nada
e nem sabe se é propina. Sabe apenas que os recursos seriam para os senadores
do PMDB que eram candidatos, incluindo Eunício Oliveira.
Os outros senadores seriam
Renan Calheiros, Jader Barbalho, Eduardo Braga, Romero Jucá, Edilson Lobao,
Vital do Rego. Sérgio não soube dizer aos procuradores se o dinheiro foi doado.
E nem como teria sido feita a divisão.
Fica claro o esforço de Sérgio
Machado de envolver o senador Eunício Oliveira, com quem era rompido politicamente.
Como Eunício nunca se locupletou da corrupção de Sérgio na Transpetro, ele
tenta criar uma situação para que o líder do PMDB, que até agora não foi citado
no petrolão ou na Lava-Jato, apareça.
O outro lado
Ao tomar conhecimento de ter
sido citado por Sérgio Machado, o senador Eunício Oliveira esclareceu, em nota,
que não tem contato com o ex-presidente da Transpetro desde de 2000. Além
disso, o peemedebista lembra que, em 2014, disputou o Governo do Estado contra
o PT, a quem Sérgio afirmou ter repassado o dinheiro para distribuição de caixa
dois para as Eleições daquele ano.
“Não recebi doações eleitorais
intermediadas pelo PT em 2014 como diz ter ouvido falar, por intermédio de
terceiros, o delator Sérgio Machado. O PT foi meu principal adversário naquele
pleito. Não mantenho contato com o delator desde o início dos anos 2000.
Todas as doações para a minha
campanha foram contabilizadas na forma exigida pela legislação vigente à época,
assim como foram aprovadas pela Justiça eleitoral”.
Nota de esclarecimento,
Senador Eunício Oliveira.