quinta-feira, 16 de junho de 2016

Sérgio Machado compromete Temer e busca envolver até doações de JBS a senadores do PMDB



 




Bateu o desespero no ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Seus doze depoimentos de delação não foram suficientes para que o ministro Teori Zawascki mandasse prender o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ex-presidente da República, José Sarney e o senador Romero Jucá.



Soltos, Sérgio Machado espalha temer por sua vida. Na verdade, ele espalhou lama para todos os lados. Seu filho, Expedito Neto, Did, que teve de dar oito depoimentos de delação ao Ministério Público Federal, enfrenta problemas familiares.



Já o seu outro filho, Sérgio Firmeza, um brilhante executivo do Credit Suisse, perdeu o emprego e enfrenta problemas para encontrar lugar para trabalhar, seja no Brasil ou no exterior.



Não bastassem essas dificuldades, hoje (15) o jornal Folha de São Paulo e a coluna Expresso, da Época, voltaram a dar novos detalhes das delações de Sérgio que revelam sua busca desenfreada em atingir a tudo e a todos.



Denunciou o presidente interino Michel Temer de ter negociado uma propina de R$ 1.5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita em São Paulo e de ter reassumido a presidência nacional do PMDB, ainda neste ano, para comandar a distribuição de uma doação da JBS no valor de R$ 40 milhões. Nos dois casos é vago nas acusações.



A assessoria de Temer disse que Sérgio Machado não apresenta provas de suas acusações. O dinheiro da JBS, segundo Sérgio, seria na condicional uma doação onde ele não participou em nada e nem sabe se é propina. Sabe apenas que os recursos seriam para os senadores do PMDB que eram candidatos, incluindo Eunício Oliveira.



Os outros senadores seriam Renan Calheiros, Jader Barbalho, Eduardo Braga, Romero Jucá, Edilson Lobao, Vital do Rego. Sérgio não soube dizer aos procuradores se o dinheiro foi doado. E nem como teria sido feita a divisão.



Fica claro o esforço de Sérgio Machado de envolver o senador Eunício Oliveira, com quem era rompido politicamente. Como Eunício nunca se locupletou da corrupção de Sérgio na Transpetro, ele tenta criar uma situação para que o líder do PMDB, que até agora não foi citado no petrolão ou na Lava-Jato, apareça.



O outro lado



Ao tomar conhecimento de ter sido citado por Sérgio Machado, o senador Eunício Oliveira esclareceu, em nota, que não tem contato com o ex-presidente da Transpetro desde de 2000. Além disso, o peemedebista lembra que, em 2014, disputou o Governo do Estado contra o PT, a quem Sérgio afirmou ter repassado o dinheiro para distribuição de caixa dois para as Eleições daquele ano.



“Não recebi doações eleitorais intermediadas pelo PT em 2014 como diz ter ouvido falar, por intermédio de terceiros, o delator Sérgio Machado. O PT foi meu principal adversário naquele pleito. Não mantenho contato com o delator desde o início dos anos 2000.



Todas as doações para a minha campanha foram contabilizadas na forma exigida pela legislação vigente à época, assim como foram aprovadas pela Justiça eleitoral”.



Nota de esclarecimento,

Senador Eunício Oliveira.