17/06/2016 19h59 - Atualizado
em 17/06/2016 19h30
Novo delator citou Eduardo
Cunha e outros políticos com foro privilegiado.
Cleto foi apadrinhado para
a Caixa pelo presidente afastado da Câmara.
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal
(STF), homologou a delação premiada fechada entre o ex-vice-presidente de
Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto e o grupo
de trabalho da Lava Jato.
Os depoimentos de Cleto foram
prestados à Procuradoria Geral da República (PGR) porque ele citou o nome de
pessoas com foro privilegiado que teriam envolvimento em fraudes, entre as
quais o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cleto assumiu o cargo de alto
escalão do banco público federal por indicação de Cunha. O ex-dirigente da
Caixa relatou que o presidente afastado da Câmara recebeu propina de dinheiro
de negócios feitos pelo Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS).
O teor da delação premiada de
Fábio Cleto seguirá em segredo de Justiça até que a PGR decida se abre ou não
inquéritos ou inclua, a partir do que foi dito pelo ex-dirigente da Caixa, as
citações em investigações já abertas. As informações prestadas por ele
corroboram outra delação, feita pelos donos da Carioca Engenharia – Ricardo
Pernambuco Júnior e o pai dele, Ricardo Pernambuco. A delação deles já foi
tornada pública.
Foi com base na delação dos
donos da Carioca que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez no
último dia 10 a terceira denúncia contra Cunha, por corrupção e lavagem de
dinheiro. A denúncia ainda não foi analisada pelos ministros do Supremo, para a
Corte decidir se o peemedebista vira ou não réu no processo.
Em abril, quando surgiram
novos detalhes sobre acusações feitas pelos empresários envolvendo Cunha, a
assessoria de imprensa do parlamentar afastado informou que ele já negou tudo e
que não há provas.
Os empresários afirmaram que
Cunha recebeu cerca de R$ 52 milhões do consórcio formado por Odebrecht, OAS e
Carioca – que atuava na obra do Porto Maravilha. Os recursos seriam vantagens
indevidas pela aquisição de títulos da prefeitura do Rio de Janeiro pelo
FI-FGTS. Segundo as investigações, Cunha era próximo de Cleto.
O novo delator da Lava Jato
foi exonerado da vice-presidência da Caixa em 10 de dezembro de 2015 por ordem
da presidente afastada, Dilma Rousseff. Cinco dias depois, ele foi um dos alvos
da Operação Catilinárias, etapa da Lava Jato que cumpriu mandado de busca e
apreensão na residência oficial e no gabinete de Eduardo Cunha.
(Com a informação)
Mariana Oliveira Da TV Globo,
em Brasília