Nem
é um dos chefes da facção Amigos dos Amigos (ADA) e está preso em uma
penitenciária federal em Porto Velho (RO). Recentemente, entrou em guerra com
Rogério 157, de quem foi aliado e que deixou a ADA para se unir ao Comando
Vermelho (CV) – facção da qual Nem tenta tirar o controle do tráfico de drogas
na Rocinha.
Nem
firmou acordo da ADA com o Terceiro Comando Puro (TCP) para formar o TCA
(Terceiro Comando dos Amigos). A nova facção se aliou ao Primeiro Comando da
Capital (PCC), principal grupo criminoso de São Paulo que rompeu seu acordo de
trégua com o CV. Com essa parceria, a quadrilha passou a ser chamada nos
presídios de TCA-1533 (os números são uma referência ao PCC).
Mesmo
preso, Nem financiou a compra de 200 fuzis para a quadrilha ao custo de R$ 7
milhões, segundo os órgãos de inteligência. O armamento foi recebido no ano
passado na favela de Acari, na Zona Norte da cidade. Segundo os documentos da
Seap e da inteligência federal, o PCC também repassa armas e drogas para o
TCA-1533 em diferentes pontos da capital e interior do RJ.
A
formação do TCA-1533 vem sendo acompanhada pelos serviços de inteligência da
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e pelo governo
federal. Segundo os investigadores, nos últimos dias de dezembro de 2017, no
interior do presídio Jonas Lopes de Carvalho, Bangu 4, chefes da ADA
confirmavam o acordo iniciado em 2016 com integrantes do TCP e criavam o
Terceiro Comando dos Amigos.
Os
documentos obtidos pelo G1 mostram que os traficantes presos uniram as duas
quadrilhas e ainda contaram com a briga do PCC com o Comando Vermelho para
obter o apoio financeiro da facção paulista.
Formação
O
TCA-1533 começou a se desenhar quando, em 2016, integrantes do PCC romperam a
parceria com o Comando Vermelho, considerada a maior facção carioca. Na
ocasião, 120 detentos de São Paulo que cumpriam pena em três presídios pediram
a transferência para unidades chamadas de "neutro". Todos dividiam
unidades com o CV.
Por
determinação do então subsecretário Sauler Sakalem foi tomado um procedimento
diferente: os presos do PCC foram enviados para Bangu 4, onde ficam os detentos
da ADA. O acordo entre as duas facções se consolidou.
Criminosos
em liberdade e parentes passaram a ir morar em comunidades dominadas pela ADA
como o Morro de São Carlos, na região central do Rio, e a favela da Rocinha, na
Zona Sul.