Senhor
Presidente,
A
história de uma cidade, com o registro material e imaterial deixado pelos
habitantes que construíram a sua existência ao longo do tempo - com
arquitetura, edificações, traçado urbanístico, cultura e costumes - constitui
um referencial que honra as gerações que lhes sucederam. A preservação do
patrimônio histórico, que dá identidade coletiva e memória a uma sociedade, é
um bem cultural e civilizatório que fortalece a cidadania e promove a
autoestima da população.
O
Centro Histórico de Sobral - incorporado ao conjunto de bens do País declarados
como Patrimônio Nacional desde o ano de 2000 - é um exemplo de bom resultado de
um trabalho continuado da Prefeitura Municipal ao longo dos mandatos de três
prefeitos.
Iniciada
em 2000, ainda na primeira gestão do prefeito Cid Gomes, que se estendeu até
2004 com a sua reeleição, a obra teve continuidade quando eu fui prefeito de
2005 a 2010. Em seguida, quando deixei a Prefeitura para assumir a Secretaria
de Portos da Presidência da República, o então vice-prefeito, Clodoveu Arruda,
assumiu o cargo de prefeito e manteve o curso das obras. Esse compromisso é
assegurado até hoje, depois de ele ter renovado o mandato elegendo-se prefeito
em 2012.
Senhor
Presidente,
O
Centro Histórico de Sobral, declarado como Patrimônio Nacional pelo Conselho do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é um conjunto
com 443.524 metros quadrados e mais de 1.200 prédios tombados, que datam dos
Séculos Dezoito, Dezenove e Vinte. São edificações que contam a história econômica
e social da Cidade; exemplos do apogeu da sociedade iniciada como Vila Distinta
e Real de Sobral em 1773, erguidas ao longo do Ciclo do Gado, Ciclo Comercial,
Ciclo do Algodão e Ciclo Industrial.
A
história nos contempla neste conjunto arquitetônico e urbanístico preservado
com seus bens culturais, materiais e imateriais. Impressionam os sobrados e os
casarões com detalhes greco-romanos nas fachadas; as igrejas seculares -
algumas construídas por escravos – o pelourinho, as praças, o Museu Dom José de
Arte Sacra e o Teatro São João.
Sobral
faz parte da história da ciência, pois recebeu em 1919 a Expedição Britânica do
Eclipse Solar que realizou numa praça da cidade a comprovação da Teoria da
Relatividade de Albert Einstein.
Experimento
similar foi realizado então na Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe, na
costa da África por equipe da Expedição Britânica. Nos dois locais, escolhidos
em função da sua posição geográfica, foi constatada a curva sofrida pela luz ao
chegar à Terra. Em homenagem a este marco científico existem um monumento e o
Museu do Eclipse na Praça da Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio.
A
declaração de Patrimônio Nacional foi uma conquista coletiva com a participação
da Prefeitura e diversas organizações da sociedade sobralense, em
abaixo-assinado com mais de 2.500 assinaturas.
Em
nossa gestão a prefeitura realizou as obras de drenagem e saneamento, promoveu
a readequação da fachada dos prédios comerciais e reconstruiu praças na área do
Centro Histórico, devolvendo-lhes as características dos projetos originais.
São
exemplos dessas obras de requalificação a Praça Doutor José Saboya (Praça da
Coluna da Hora); Praça Deputado Francisco Monte (Largo de São Francisco e Santa
Clara); Praça Doutor Antônio Ibiapina (Praça do Teatro São João); Praças
Monsenhor Linhares e 5 de Julho (Largo do Rosário) e Praça Quirino Rodrigues
(Praça do Abrigo);
As
obras de infraestrutura neste conjunto urbanístico – algumas ainda estão em
curso – também contam com parcerias importantes como os governos do Ceará e
federal, Secretaria estadual da Cultura, Ministério da Cultura, Iphan, Diocese
de Sobral, Universidade Vale do Acaraú e entidades de classe no Município.
Merece destaque, também, o apoio do Ministério do Planejamento com o Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), que beneficiou Sobral com o programa
específico para cidades históricas.
Senhor
Presidente,
Prédios
históricos foram reformados, praças restauradas e foi dada identidade visual
para sinalizar o espaço a visitação. Está em andamento o alargamento das
calçadas em até três metros de largura com acessibilidade para deficientes -
rampas de acesso para cadeirantes e piso táctil para cegos.
Todo
cabeamento elétrico, telefônico e de dados está sendo enterrado em dutos,
importante obra que eliminará a fiação aérea que polui a visão do conjunto
histórico. Restarão apenas postes de iluminação pública com luminárias
estilizadas.
O
asfalto, imperiosa presença do modelo urbanístico atual centrado no automóvel,
que constituía o principal item destoante do período histórico do Centro da
cidade, também começou a ser removido. Bloquetes de cimento estão substituindo
o asfalto em toda área do Centro Histórico, elemento atenuante do calor e que
se harmoniza com os prédios históricos no acolhimento do cidadão – local ou
turista - que circula no espaço restaurado com novos significados da cidadania,
identidade, memória e autoestima.
Muito
Obrigado.