sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Deputado acusa promotora de Justiça de fazer acordo com facção criminosa. MP reage

 
  Wagner afirma que a promotora foi a uma penitenciária negociar com bandidos de uma facção

O deputado estadual Capitão Wagner (Pros) provocou uma forte reação do Ministério Público Estadual ao denunciar na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão desta quinta-feira (15), que a promotora de Justiça, Joseana França, filha da atual secretária de Justiça do Estado, Socorro França, foi a um presídio e, em nome da instituição, celebrou um acordo com  uma facção criminosa para evitar novos ataques e atentados no estado.

No pronunciamento, Wagner começou criticando duramente a Segurança Pública. Segundo ele, o próprio líder do governo naquela Casa, deputado estadual Evandro Leitão (PDT), afirmou na tribuna da AL, que, atualmente, não tem coragem de sair de casa sozinho, nem para ir a à esquina, pois teme a violência.  “Veja a que ponto chegou o Ceará na questão da Segurança Pública.  Chegou ao patamar de menos um, não é mais zero não”.

Criticou também a postura da própria Casa, que até hoje não se decidiu sobre seu pedido de instalação da CPI do Narcotráfico.  “A CPI está sendo usada como ferramenta para barrar outras CPIs”.

Promotora

Já no final do discurso, Wagner que o deputado Júlio César Filho lhe pediu para ser ainda mais claro na denúncia que ele  (Wagner) já havia feito na Assembleia. “Uma promotora de nome Joseane, filha da Secretária de Justiça, esteve numa penitenciária conversando com membros das facções e fez um acordo com eles para pararem de incendiar ônibus e para de atacar prédios públicos”, confirmou. “Agora, o teor desse acordo só quem sabe é ela, vá perguntar pra ela não pra mim”.

Em nota à Imprensa, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPE) repudiou o discurso de Wagner. “Ao longo dos anos a instituição, através de seus órgãos de Inteligência e de execução, sobretudo do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), tem combatido, enérgica e  intransigentemente, as ações do crime organizado, sendo absolutamente leviano e irresponsável afirmar que um dos seus representantes viesse a negociar com membros de facções, Sob quaisquer pretextos e em quaisquer circunstâncias”.

Já a Associação Cearense do Ministério Público (ACMP) também se manifestou publicamente  sobre o caso. “Por ser essa promotora símbolo de competência e seriedade, causou indignação a todos os associados da ACMP a atitude do parlamentar, que faltou com o devido respeito a ao membro do Ministério Público, revelando um lamentável desprezo pela instituição que, tão bravamente, atua na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais homogêneos. A ACMP repudia as declarações do deputado”.