Wagner afirma que a promotora foi a uma penitenciária negociar com bandidos de uma facção
O
deputado estadual Capitão Wagner (Pros) provocou uma forte reação do Ministério
Público Estadual ao denunciar na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão
desta quinta-feira (15), que a promotora de Justiça, Joseana França, filha da
atual secretária de Justiça do Estado, Socorro França, foi a um presídio e, em
nome da instituição, celebrou um acordo com
uma facção criminosa para evitar novos ataques e atentados no estado.
No
pronunciamento, Wagner começou criticando duramente a Segurança Pública.
Segundo ele, o próprio líder do governo naquela Casa, deputado estadual Evandro
Leitão (PDT), afirmou na tribuna da AL, que, atualmente, não tem coragem de
sair de casa sozinho, nem para ir a à esquina, pois teme a violência. “Veja a que ponto chegou o Ceará na questão
da Segurança Pública. Chegou ao patamar
de menos um, não é mais zero não”.
Criticou
também a postura da própria Casa, que até hoje não se decidiu sobre seu pedido
de instalação da CPI do Narcotráfico. “A
CPI está sendo usada como ferramenta para barrar outras CPIs”.
Promotora
Já
no final do discurso, Wagner que o deputado Júlio César Filho lhe pediu para
ser ainda mais claro na denúncia que ele
(Wagner) já havia feito na Assembleia. “Uma promotora de nome Joseane,
filha da Secretária de Justiça, esteve numa penitenciária conversando com
membros das facções e fez um acordo com eles para pararem de incendiar ônibus e
para de atacar prédios públicos”, confirmou. “Agora, o teor desse acordo só
quem sabe é ela, vá perguntar pra ela não pra mim”.
Em
nota à Imprensa, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPE) repudiou o
discurso de Wagner. “Ao longo dos anos a instituição, através de seus órgãos de
Inteligência e de execução, sobretudo do Grupo de Atuação Especial de Combate
às Organizações Criminosas (Gaeco), tem combatido, enérgica e intransigentemente, as ações do crime
organizado, sendo absolutamente leviano e irresponsável afirmar que um dos seus
representantes viesse a negociar com membros de facções, Sob quaisquer
pretextos e em quaisquer circunstâncias”.
Já a Associação Cearense do Ministério Público
(ACMP) também se manifestou publicamente
sobre o caso. “Por ser essa promotora símbolo de competência e
seriedade, causou indignação a todos os associados da ACMP a atitude do
parlamentar, que faltou com o devido respeito a ao membro do Ministério
Público, revelando um lamentável desprezo pela instituição que, tão bravamente,
atua na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais homogêneos. A ACMP repudia as declarações do deputado”.